Este texto é de tempos idos, tempo este quando eu adolescente curava minhas angustias em meio da natureza; a exaltação e o respeito pela natureza beirava ao misticismo ‘sentia a respiração da natureza como um todo e eu fazia parte dela, virava índio’, há uma frase proferida por uma grande companheira que sintetizava estes momentos.Ela me disse um dia:
“-as pessoas dizem que sou louca por conversar com as árvores, mais louca quando com as pessoas”.
Este texto em dois tempos, foi feito em meados de 1980. Minha filosofia de olhar a natureza me ensinou o amor de rio, de terra, de ar e tudo mais que envolve a vida; espero que gostem.

I
O céu azul pintado
Nuvens brancas mudando
O sol dando cores às coisas.
Oh! Árvore, seus extremos explodem em flor.
E sua expressão amor volta quase a ser semente que era, ‘e o vento virou perfume’.
O pensar inexiste e o ser também, tudo é a imagem da flor...amor.
Vento...Vento.
Flor, portas que transitam abelhas.
Pétalas, janelas que se abrem borboletas.
II.
Germinou no útero da terra.
À magia da vida fez-se protegida
pela mãe natureza.
Fusões de fogo, água, terra e ar
fizeram-te erguer.
Brotou para o sol como se fosse outro sol.
Alimentou-se gulosa da seiva, orvalho, água e ar;
até tornar-se:
Árvore terra
árvore vida
árvore amor
O verde é o seu vestido e
suas raízes acariciam o que há.
És uma espada de esperança
querendo tocar os céus onde já está.
O vento é seu tempo.
Árvore da vida.
És guardiã da natureza
e na noite Deusa.