"Solidão"


a solidão bate em meu coração
ela quer entrar...
quer me transformar
...em pedra
...em arvore
...ou em pássaro
ela caminha do meu lado
desde criança,
me chama...
me dança quando estou só
‘num baile cheio de amores
num sonho cheio de atores’
solidão, meu chão
que me prende,
as mãos
solidão, meu céu
que me prende,
em seu véu
senhores e senhoras
temos o prazer,o gozo
de apresentar:
‘o palhaço sem olhares’
dizendo que em sua mão
transformares miragens
e que
o riso da morte espalhares.
fechem as cortinas
fechem os olhos
o palhaço da morte chegou
da solidão
solidão.
Fechei o livro
Desliguei o cérebro
Cantarolei
Andei só
Meu caminho só
Meu horizonte o Sol
Só o Sol
Só.

3 comentários:

Nadezhda disse...

Tenho a impressão de ter comentado. Ou comentei no blog errado.

Mas gostei do poema. Me identifiquei. Com a solidão que senti nesses últimos dias. Mas deve ser passageira, espero que seja.


Pelo que disse, se parecia comigo mesmo quando era mais novo!
;)

Lyra disse...

"É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada." - Alberto Caeiro -

E (o) hoje é sempre o 1º dia do resto das nossas vidas! Há que pintá-lo de todas as cores!

Carpe Diem

;O)

Oliver Pickwick disse...

Um habilidoso e subliminar jogo de palavras. Reinventaste a solidão, caro amigo!
Abraços!